18 de julho de 2011

Encomenda

Durante nosso processo de pesquisa e montagem de performance criada a partir de processo colaborativo, livremente inspirado no conto "O Espelho" de Guimarães Rosa surgiu esta linda poesia de Cecília Meireles:

Encomenda

Desejo uma fotografia
como esta - O senhor vê? - como esta
em que para sempre me ria
com um vestido d eterna festa.

Derrama luz na minha testa
pois tenho a testa sombria
deixe esta rua que me empresta
um certo ar de sabedoria

Não invente fundos de florestas
nem de arbitrária fantasia
não, no espaço que ainda resta,
ponha uma cadeira vazia.

Cecília Meireles.

Nosso processo é uma eterna encomenda e sempre caberá espaço para novidades, então temos sempre a cadeira vazia pra não esquecer de se abrir ao novo, de dar espaço pra pensar e mudar de idéia sem culpa e sem orgulho individualista, e deixar sempre um vão entre uma coisa e outra, assim sabemos perceber que não estamos prontos, mas sempre em prontidão, sempre em processo de eterna construção e fazendo desta cadeira vazia mais que uma expressão, mas de fato uma busca pela solução de não ter a obrigação de ser um artista funcionário alienado, mas um intérprete criador, criando e compartilhando juntos nossas idéias, crises e nosso constante encontro.



"Nenhum de nós é tão bom quanto todos nós juntos." (Autoria Desconhecida)

A fábula do porco espinho


Durante a era glacial, muitos animais morriam por causa do frio.
 
  
Os porcos-espinhos, percebendo a situação, resolveram se juntar em grupos, assim se agasalhavam e se protegiam mutuamente, mas os espinhos de cada um feriam os companheiros mais próximos, justamente os que ofereciam mais calor. 
  
Por isso decidiram se afastar uns dos outros e voltaram a morrer congelados, então precisavam fazer uma escolha: 
  
Ou desapareceriam da Terra ou aceitavam os espinhos dos companheiros. 
  
Com sabedoria, decidiram voltar a ficar juntos. 
  
Aprenderam assim a conviver com as pequenas feridas que a relação com uma pessoa muito próxima podia causar, já que o mais importante era o calor do outro. 
  
E assim sobreviveram.


Moral da História: 
O melhor do relacionamento não é aquele que une pessoas perfeitas, mas aquele onde cada um aprende a conviver com os defeitos do outro, e admirar suas qualidades


"As pessoa podem ter dúvidas do que você diz; mas nunca do que você faz!"